Avançar para o conteúdo principal

Perdoa-me se não to disse todos os dias!





 
Naquela noite senti-me estupidamente sozinha. Tínhamos discutido, uma vez mais. Estavas a dormir ao meu lado, mas o teu coração não estava ali. Não o sentia ali! Já não batia pelo meu!
Quando é que me deixaste de amar? Diz-me quando!
Andava tão absorvida na minha vida (que também era tua), que não me apercebi e quando dei por mim, já era tarde!
As lágrimas que queria que escorressem pela minha cara, secaram no imediato instante em que senti que o teu amor tinha esmorecido. Fiquei imobilizada, estarrecida! O meu coração parou!
Esta vida corrida, faz transparecer que tudo está bem. Que tudo é normal! Levantamos-nos, damos um beijinho de bom dia, preparamos-nos, saímos para o trabalho, chegamos, jantamos, damos um beijinho de boa noite, dormimos e voltamos a fazer tudo de novo, qual carrossel.
Sabes que te amo?  Sabes que sempre que olho para ti, é como se fosse a primeira vez? Sabes que o teu sorriso me desarma? Sabes que preciso de ti, como quem precisa do ar para viver?
Não sei porque não to dizia todos os dias! Porque? Talvez porque sentia que me amarias para sempre. Afinal o “para sempre” não existe. Nada é para sempre.
Mas eu amar-te-ei até ao fim dos tempos.
Perdoa-me se não to disse todos os dias!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Aqui mora a felicidade

  (Photo by Anthony Legrand on Unsplash) Espreitei, a medo, pela porta e vi que ali morava a felicidade. Tinha todas as cores do mundo e dançava ao som do vento. Tentei entrar, de fininho, mas sem sucesso! Sentia que algo me amarrava, me segurava com a convicção de que eu não podia estar perto, bem perto, da felicidade! Quando dei por mim, debatia-me contra forças que nem eu sabia identificar. Tamanha audácia de quem não me deixava estar pertinho da felicidade e com ela bailar! E a felicidade, do outro lado, parada, bloqueada, parecia-me cada vez mais longínqua. Estava à espera que eu lhe estendesse a mão. Bem tentava, mas a força do meu querer não chegava. Era como se me aguilhoasse o coração e, com a dor, recuava. Os segundos em que me debatia, tornaram-se horas, dias, meses, anos! E cada vez ficava com menos forças. Até que a felicidade olhou para mim, diretamente para mim e falou-me ao coração: olha para Ti meu bem, ouve o teu coração, não lutes m...

Sê inteira

Photo by  Yoann Boyer  on  Unsplash “ Não penses para amanhã. Não lembres o que foi de ontem. A memória teve o seu tempo quando foi tempo de alguma coisa durar. Mas tudo hoje é tão efémero. Mesmo o que se pensa para amanhã é para já ter sido, que é o que desejamos que seja logo que for. É o tempo de Deus que não tem futuro nem passado. Foi o que dele nós escolhemos no sonho do nosso absoluto. Não penses para amanhã na urgência de seres agora. Mesmo logo à tarde é muito tarde. Tudo o que és em ti para seres, vê se o és neste instante. Porque antes e depois tudo é morte e insensatez. Não esperes, sê agora. Lê os jornais. O futuro é o embrulho que fizeres com eles ou o papel urgente da retrete quando não houver outro."   Vergílio Ferreira, in "Escrever                                   ...

A decisão certa é sempre aquela que te faz feliz!

Photo by Viktor Mogilat on Unsplash Quando cheguei, deparei-me com um corredor estreito, mas longo. Vi que ao fundo tinha uma janela com uma mensagem. Apressei-me a ver o que estava escrito: escolhe uma porta e quando a abrires, entra com o coração! Voltei ao início. Eram tantas as portas! Tentava imaginar o que existia por detrás de cada uma delas! Qual é que havia de escolher? Instintivamente, comecei a caminhar, devagarinho. Conforme ia caminhando, passava a mão. Tentava sentir a sua energia. Cada porta tinha uma descrição: Amor, Amizade, Respeito, Criatividade, Esperança, Cumplicidade, Tolerância, Liberdade, Justiça, Arrependimento Cheguei ao fim do corredor e voltei a ler a mensagem na janela: escolhe uma porta e quando a abrires, entra com o coração! Indecisa como sempre, não sabia qual escolher! Continuei a olhar pela janela, absorvida pelos pensamentos, na esperança de que a resposta estivesse escrita nas nuvens (onde normalmente passeiam as minhas idei...