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A dor de um AMOR



Photo by JJ Thompson on Unsplash


Dizem que o amor não tem dor.
Não é verdade!
O amor tem dor sim! Qualquer que seja o amor.

Dói, principalmente, quando perdemos um amor. Eu perdi-te no dia 18 de julho de 2015. Eram 07horas e 34 minutos!

É uma dor que só quem sente, sabe o que significa. Parte do nosso coração morre também.
Lembro-me de perder a força nas pernas. De ser agarrada para não cair! Lembro-me de pensar que era um pesadelo. Lembro-me de pensar que era impossível! Lembro-me de ir ter com a minha irmã e de a ver vaguear pela casa a sussurrar: não é verdade, não é verdade, não aconteceu!
Começamos, então, a deambular pelos dias, como que em modo vegetativo. Conseguimos, até, esboçar sorrisos. Sorrimos com os lábios, mas não com o coração. Esse perdeu-se no instante momento em que te levaram para longe de nós.
Lembro-me de passarem os dias sem conseguir entrar na tua casa e arrumar tudo aquilo que te pertenceu. Fazer isso, seria aceitar que te perdi(emos).
Fernando Pessoa diz que «Morrem jovens aqueles que os Deuses amam». E eu (nós) perdi-te para os Deuses! Quão injusto isso é! Como ficam aqueles que te amam aqui? 
O corpo treme, as lágrimas escorrem, o coração bate em frenesim e a respiração acelera. Fecho os olhos e vejo-te, sinto-te, cheiro-te. Vivo tudo aquilo que ficou na memória. A última vez que falei contigo. A última vez que olhei para ti. Esses teus olhos pequeninos mas brilhantes! A última vez que chamei Pai e Tu respondes-te!
Não tive tempo de te dizer o quando te amo, o quão importante és para mim, o quanto preciso de ti. Acreditamos sempre que temos tempo, mas ele não espera por nós. E eu, eu não tive tempo. 

PERDOA-ME!

Que os Deuses te aconcheguem e te amem como nós te amamos aqui!

Aprendemos, devagarinho, a suportar a tua ausência! A vida continua. Sim, continua, mas esquecer-te seria morrer.

Viverás para sempre, Pai.

O amor dói e a dor não passa! Atenua, mas não passa.

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