Cheirinho a Café

Photo by Nathália Bariani on Unsplash Tínhamos namorado um ano. A vida não quis que o futuro fosse nosso, e não foi. Cada um fez a sua vida, longe. Casamos e tivemos filhos. Se pensava em ti? Pensava! A verdade é que pensava. Lembrava-me de tudo o que tínhamos vivido juntos. Foi pouco tempo, mas o tempo não se mede pelo tempo, mas sim pelas vezes que dançámos, que rimos, que chorámos juntos. Hoje temos tantas histórias para contar! Fomos mais fortes do que a vida. O destino conspirou a nosso favor. O vento soprou para nós. Voltou a fazer com que sentíssemos tudo o que sentimos há tantos anos atrás. A vida que ficou na nossa retina, no nosso coração, na nossa memória. E o perfume! Aquele perfume que hoje me voltaste a oferecer. São estes gestos que me garantem que a minha vida devia ter sido contigo. Não esqueceste o cheiro, o toque, o sorriso. E eu também não! Não posso dizer que não fui feliz. Fui, tenho uns filhos maravilhosos. Mas também eles já seguiram as s

Photo by Steven Hille on Unsplash A revolta não cabia dentro de mim. Se explodisse, era bem possível que a cidade desabasse. Sim, eu sei, sou absolutamente exagerada, mas é assim que me sinto. Tamanha injustiça! E eu, eu fiquei paralisada, sem conseguir balbuciar uma palavra. Tenho que aprender a dizer NÃO! O não também faz parte do dicionário, certo? Queremos ser sempre tão perfeitos, intocáveis, que nos esquecemos que temos vida, para além de tudo o resto e de todos os que nos rodeiam no nosso acelerado dia-a-dia. Todos temos dias que nem sentimos que passaram! E não pode ser assim! O tempo não para, o relógio não se estraga, os dias são contínuos e nós sempre na mesma! Cheguei a casa. Sinceramente não me lembro como! Estou complemente absorvida pelos pensamentos. O telefone toca…não atendo. Hoje não, hoje não vou falar com mais ninguém. Hoje não sou uma boa companhia. Há dias em que o silêncio ajuda a limpar a cabeça e basta-nos a nossa própria companhia.

Photo by Viktor Mogilat on Unsplash Quando cheguei, deparei-me com um corredor estreito, mas longo. Vi que ao fundo tinha uma janela com uma mensagem. Apressei-me a ver o que estava escrito: escolhe uma porta e quando a abrires, entra com o coração! Voltei ao início. Eram tantas as portas! Tentava imaginar o que existia por detrás de cada uma delas! Qual é que havia de escolher? Instintivamente, comecei a caminhar, devagarinho. Conforme ia caminhando, passava a mão. Tentava sentir a sua energia. Cada porta tinha uma descrição: Amor, Amizade, Respeito, Criatividade, Esperança, Cumplicidade, Tolerância, Liberdade, Justiça, Arrependimento Cheguei ao fim do corredor e voltei a ler a mensagem na janela: escolhe uma porta e quando a abrires, entra com o coração! Indecisa como sempre, não sabia qual escolher! Continuei a olhar pela janela, absorvida pelos pensamentos, na esperança de que a resposta estivesse escrita nas nuvens (onde normalmente passeiam as minhas idei

Photo by Jake Thacker on Unsplash Hoje é dia dos avós! Hoje e sempre e todos os dias! Parabéns! Os avós são o algodão doce da nossa vida. Representam o amor, a união e a sabedoria dos anos vividos e marcados em cada ruga. São rugas de amor podem acreditar! Têm a ternura no olhar, a cura no abraço, no aconchego e o amor, incondicional, no coração. Têm as mãos marcadas pela luta diária e os cabelos brancos, da cor das nuvens e são o nosso céu. Têm a voz embargada pelos ventos da sua longa caminhada. Pegam em nós como se fossemos as maiores relíquias da vida, quando eles é que são as nossas relíquias, os nossos tesouros. São o sumo da vida. São as nossas raízes. Ter o privilégio de crescer com os avós é uma dádiva. São mimos para a vida. Cravam a nossa mente com as mais belas memórias. São históricas contadas na primeira pessoa, que deixam marcas preciosas nos nossos corações. São seres absolutamente mágicos, bondosos, generosos, amadurecidos de amor. As suas