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No dia em que eu achei que a vida em nada me surpreenderia, encontrei-te.
Encontraste-me. Talvez "encontrámos-nos" se aplique melhor.
E se as pretensões de pensar estar ciente do que me esperava me toldou a visão, conhecer-te fez-me ajoelhar e contemplar o que a vida me escondeu durante anos. Escondeu-me o pedaço de felicidade que, por motivos alheios, pareceu nunca me fazer falta.
E no entanto, após me aperceber do quão feliz me fazes, pergunto-me todos os dias como consegui sorrir tanto tempo sem te ter como motivo. Como suportei ouvir baladas sem te imaginar em meus braços. Como tolerei ler poesia sem te imaginar como inspiração para todas aquelas eternas declarações de amor. Como consegui aguentar noites sem te ter a saltitar em meus sonhos num aquém do que seria passá-las contigo. Como consegui vaguear no dia a dia sem imaginar sequer que amaria assim.
Humildei-me, meu bem, ao contrário do que se disse e pensou.
Se hoje não estou a teu lado abraçando-te, olhando-te nos olhos, beijando-te, não será com certeza porque assim o desejo, mas por algo que me dá força para suportar a distância.
Algo que começa na vontade e ânsia voraz de te ver em breve, feliz em meus braços, e que acaba algures no desejo que me ames o suficiente para perdoar todas as horas de ausência tortuosa.
Algo que hoje sei ser mais que gostar, mais que paixão. Algo que muitos falam e tentam descrever mas poucos realmente sentem. Algo que sempre me emudeceu quando não sentido. Algo que honestamente receava admitir.
E se sempre deixei a razão predominar sobre o coração, receando deixar este meu estado de sobriedade e expor-me demasiado ao risco de sofrer, é contigo que me sinto mais há vontade com a vulnerabilidade implícita num "Amo-te".
Por ti, amor, tiro receios da mente sempre que te lembro e basta para dizer que te amo! Sei o que sinto e não receio dizer-to.
Perdoa-me se não o digo mais vezes ou se um dia não to disser, mas garanto que o sinto a todo o instante.
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