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O amor
tinha vivido desde sempre naquela rua. Sentia-lhe o aroma, o perfume, delicado
mas profundamente arrebatador. As ombreiras das janelas eram ornamentadas com
as mais belas flores. Das pedras da calçada brotavam o apego, a afeição, o
carinho. Tinha as cores do amor, do insaciável amor.
Sentia a
rua a envolver-me, a abraçar-me. Caminhava tranquilamente por aquela calçada,
outrora pisada por outras gentes, outras histórias, outros amores. Era
absolutamente absorvente. Sentia na ponta dos dedos a delicadeza das paredes,
frágeis como o amor.
Era a
minha rua, onde me sentia protegida. Onde gostava de caminhar para organizar os
pensamentos e, até, quem sabe, a vida.
Admirar a
vida dos outros, não raras vezes, faz com que apreciemos mais a nossa. Toda a
gente tem fardos! Toda a gente tem dias bons e menos bons! Toda a gente passa
por situações tão difíceis, que ficam sem chão! Toda a gente tem momentos
felizes. Somos todos humanos. O segredo está em escolher o nosso recanto, onde
possamos ouvir o nosso coração.
Eu escolhi
aquela rua, cujas cores me transmitem tranquilidade. Escolhe a tua também.
[Republicação]
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