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O amor tinha
vivido desde sempre naquela rua. Sentia-lhe o aroma, o perfume, delicado mas
profundamente arrebatador. As ombreiras das janelas eram ornamentadas com as
mais belas flores. Das pedras da calçada brotavam o apego, a afeição, o carinho.
Tinha as cores do amor, do insaciável amor.
Sentia a rua a
envolver-me, a abraçar-me. Caminhava tranquilamente por aquela calçada, outrora
pisada por outras gentes, outras histórias, outros amores. Era absolutamente absorvente.
Sentia na ponta dos dedos a delicadeza das paredes, frágeis como o amor.
Sentia-me em
casa. Faltavas-me, porém, tu. Queria tanto que estivesses aqui comigo. Que
sentisses as vibrações desta rua, que, sem querer, nos faz sorrir.
Nem todas as
pessoas nos acompanham na longa viagem que é a vida. Às vezes temos que a fazer
sozinhos. Não existem pessoas certas, nem erradas. Existem aquelas que não nos
largam, lutam e persistem lado a lado connosco. Tu não foste uma dessas
pessoas.
Uma antiga crença
chinesa diz-nos que “Um fio invisível conecta os que estão destinados a
conhecer-se…Independentemente do tempo, lugar ou circunstância…O fio pode
esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir.”
Não era o nosso
caso. Quebras-te a linha que nos amarrava. Não eras tu, simplesmente não
eras tu o meu destino.
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